O PIOR CRESCIMENTO NA ÁFRICA OCIDENTAL E AUSTRAL

O Banco Mundial reviu em baixa a previsão de crescimento de Angola de 2,7% para 2,3% este ano e estima expansões abaixo de 3% até, pelo menos, 2028, devido à evolução do sector petrolífero. “Não percebem nada disso”, dirá com certeza o criador da máxima “O MPLA fez mais em 50 anos do que os portugueses em 500”, o general João Lourenço.

No relatório Pulsar de África, hoje divulgado em Washington, nas vésperas dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, que decorrem para a semana, lê-se que “depois de um forte crescimento em 2024 [de 4,4%], a economia de Angola abrandou no primeiro semestre de 2025, com o Produto Interno Bruto a crescer apenas 2,3%, devido à contínua contracção do sector petrolífero”.

No documento, que revê em baixa a previsão de crescimento de 2,7% feita em Abril, para 2,3% este ano, os economistas do Banco estimam que Angola cresça 2,6% em 2026 e 2,8% em 2027, com a inflação a ficar acima de 20% este ano, descendo depois para 14,7% e 12,6% nos dois anos seguintes.

“A recuperação da actividade económica foi impulsionada principalmente pelas actividades não petrolíferas, particularmente nos sectores da informação e comunicação, alojamento e serviços de restauração, extracção de diamantes e minerais metálicos e indústria transformadora”, lê-se no documento, que alerta, ainda assim, que “a produção de petróleo diminuiu devido ao esgotamento dos campos petrolíferos após anos de desinvestimento”.

Angola, de resto, vai crescer sempre abaixo da média regional da África Oriental e Austral, a divisão geográfica que o Banco Mundial usa nos seus relatórios; assim, enquanto a região cresce 3,2% este ano e acelera para uma média de 4,1% em 2026 e 2027, Angola fica abaixo dos 3% e, tal como África do Sul, prejudica a média da região.

“Excluindo estes dois grandes países, a sub-região deverá crescer 3,3% em 2024 e 4,7% em 2025 e ancorar-se numa taxa ainda mais elevada de 5,9% em 2026 e 2027”, diz o Banco Mundial.

Para além de ter um crescimento menor que a da região, Angola compara mal com os seus pares também na inflação, já que o Banco Mundial lembra que, depois de um pico de 9,3% em 2022, no seguimento da pandemia de covid-19, a subida dos preços desceu para 4,5% no ano passado e deverá rondar os 4% neste e no próximo ano.

Angola, por seu lado, está entre os nove países, incluindo o lusófono São Tomé e Príncipe, que manterão a inflação acima dos 10% este ano.

Ao longo do relatório que analisa a evolução das economias africanas à luz do tema deste ano, `Caminhos para a Criação de Emprego em África`, os economistas do Banco Mundial dizem que “o acesso ao financiamento é um grande obstáculo enfrentado pelas empresas”, com mais de um terço das empresas inquiridas na África subsaariana a referirem o financiamento como uma “limitação muito grave para os seus negócios”.

Em Angola, esta percentagem sobe para quase 70%, a mais elevada da região, acima dos 56% do Benim, dos 59% do Mali ou dos 51,8% da Costa do Marfim, que comparam, por exemplo, com os 9% do Vietname ou os 15% da Indonésia.

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